28.10.08

Borboleteio...

Leve menina
Se liberta
Do zulu casulo
De repousar

Silenciosa
Quer se mostrar
A vaidosa
A voar

Imantar os meus anseios
Da dor das asas negras da borboleta
O espelho de amores que expiram cedo
A folha a corredeira leva
A árvore não cairá

O derradeiro-primeiro
Dia que há
Breve, atreve
Terminar no principiar

Borboleteio,
Lhe almejam emoldurar
Dança na fuga
Pra ver o seu único luar

27.10.08

Novos passos...



Sim, depois de muito relutar me entrego a essa era digital. Ainda não muito convencida de que um bom lápis e um papel possam ser substituídos por fios e tomadas e muito menos de que alguma palavra escrita aqui possa trazer um colorido diferente, alguma beleza ou vida a qualquer um.
Para ser muito sincera penso que,
quando alguém escreve um texto é algo que expressa o seu íntimo e me pergunto como fazê-lo para que as pessoas o entendam em sua verdadeira forma, como o é?
Já dizia Mário Quintana "A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita".
Então por que escrever algo que não será dito? Assim, encontro a beleza de tudo isso! Pois quando um texto é escrito, a imaginação foi usada, a criatividade exercitada, uma nova idéia surge e os sentimentos são concretizados com a arte.
A beleza reside também no fato de que o algo inicialmente dito (pelo autor) se transforma em algo novo, um novo texto escrito (pelo leitor). O que foi dito não se perdeu mas recriou-se a cada leitura...
...a arte se fez e se refez num movimento constante entre autor e leitor que se completam em cada pedaço de rascunho. Movimento que há mesmo sendo um só, autor e leitor. E quando penso nesse movimento me entusiasmo e um papel (ou um teclado) se torna um novo mundo, onde nascemos novamente e criamos e recriamos nosso ser!